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Eduardo Spohr é o autor do mês de janeiro

por Barbara Andrade
14 minutos de leitura

A fantasia ganha destaque com nosso autor do mês de janeiro, Eduardo Spohr

Durante muito tempo, a literatura fantástica foi quase que completamente importada. Os brasileiros consumiam o gênero em livros que vinham dos Estados Unidos e da Europa com nomes como J. R. R. Tolkien com suas incríveis histórias, seus elfos, hobbits, magos e anões, e, no final da década de 90, só se falava na escritora britânica J.K. Rowling com sua saga de sucesso, Harry Potter.

Com a chegada dos anos 2.000, a realidade foi sofrendo alterações e, hoje, o Brasil tem uma leva bem interessante de autores que dedicam suas páginas à literatura fantástica. Tendo dito tudo isso, chegamos então a nosso autor do mês de janeiro: Eduardo Spohr, um dos mais importantes nomes do gênero no Brasil. Mas, não pense que a trajetória de Spohr na literatura fantástica foi fácil. Seu primeiro livro, “A Batalha do Apocalipse”, foi rejeitado por diversas editoras e a publicação só se tornou possível após a história ser publicada de maneira independente e vendida no portal Jovem Nerd.

O escritor conta que após terminar seu primeiro livro decidiu enviar o original para as editoras. Para causar uma boa impressão, rodou 30 exemplares em formato de livro na Fábrica de Livros do Senai, no Rio. “Na época, a Fábrica estava com um concurso: era preciso deixar três exemplares para avaliação e o vencedor ganharia 100 livros produzidos por eles. Eu tinha pouco dinheiro e não poderia dispensar três livros dos 30 que tinha pagado, mas mesmo assim resolvi arriscar e acabei premiado. Esses primeiros 100 livros – adquiridos a custo zero – foram comercializados em 2007 pela NerdStore, a recém-inaugurada loja virtual do site Jovem Nerd. As cópias venderam todas muito rapidamente, e usamos o dinheiro para produzir mais 500 livros, que também foram vendidos em menos de 2 meses”, destaca.

Mesmo após as vendas independentes e o sucesso entre o público do portal, a jornada de Eduardo Spohr de conseguir uma editora ainda não estava no fim. “Tendo vendido, em setembro de 2007, 600 cópias pela internet, eu achava que tinha um grande case (risos), e tentei vender a ideia para as editoras, mas nenhuma se interessou, nem as pequenas. Foi só em 2009, quando fizemos uma segunda tiragem de ‘A Batalha do Apocalipse’ pela NerdStore, que a repercussão nas redes sociais chamou a atenção da editora Verus. Tive uma reunião com a Raissa Castro, que até hoje é minha editora, e assinamos o contrato”, explica o autor.

Em 2010, a primeira obra literária de Eduardo Spohr chegava às livrarias de todo o Brasil. Hoje, o autor carioca tem quatro livros publicados pela editora Verus, do Grupo Editorial Record, e uma legião de fãs e nerds espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Além de “A Batalha do Apocalipse”, Spohr lançou a trilogia “Filhos do Éden”, que narra os acontecimentos anteriores a Batalha do Apocalipse. Suas histórias têm como tema central anjos, demônios e os conflitos de interesses angelicais que geraram diversas guerras.

E, quem acompanha a carreira, o site e as redes sociais de Eduardo Spohr percebe que o cara é bem nerd. Ah, e curte RPG também. Sendo assim, dá para imaginar de onde as ideias dos livros surgiram, não é mesmo? “Começou justamente através do RPG. Na época nós (eu e meu grupo) jogávamos no Mundo das Trevas, uma ambientação de RPG que incluía vampiros, lobisomens, fantasmas e magos. Depois que assistimos ao filme ‘Anjos Rebeldes’, ficamos com vontade de jogar com anjos e demônios, mas não existia regras para tal, então nós a criamos. Inventamos muitos personagens e situações. Eu peguei esses fragmentos e os costurei no meu primeiro livro publicado: ‘A Batalha do Apocalipse’. Portanto, vale lembrar, esse universo nasceu de uma criação coletiva”, conta o autor.

E as influências para desenvolver o universo?

“Duas em especial são as principais: a série de filmes ‘Anjos Rebeldes’ e os quadrinhos da Vertigo (DC Comics), como Hellblazer, Preacher, Sandman e Livros da Magia. É claro que, além disso, eu tive muitas influências, de várias mídias. Por exemplo, as lutas angélicas foram certamente inspiradas no anime ‘Cavaleiros de Zodíaco’. Os monstros dimensionais têm alguma coisa de Lovecraft e a questão imortalidade dos personagens sem dúvida veio dos livros da Anne Rice. A miscelânea de entidades e deuses nasceu a partir da leitura dos romances de Neil Gaiman. Mas há muito mais referências, que seriam impossíveis ser citadas todas aqui”, afirma Eduardo Spohr.

Já comprou um livro pela capa?

Acontece, não é mesmo? Às vezes, a gente chega à livraria ou está pesquisando pela internet e se depara com uma capa que enche os olhos. É um risco a se correr, já que, como diz no ditado, “não se pode julgar um livro pela capa” (ou algo assim). Os livros de Eduardo Spohr são desses que a gente compra pela capa, mas assim… não se arrepende não! As ilustrações da capa são assinadas por Stephan Stölting e são lindas!

Mais sobre o autor

Reza a lenda que Eduardo Spohr teve a oportunidade de conhecer o mundo e culturas diferentes por meio de viagens com os pais: um piloto de aviões e uma comissária de bordo. Nascido no Rio de Janeiro, o autor se formou em jornalismo e se especializou em mídias sociais. Para os nerds de plantão, Spohr está sempre participando do NerdCast, o podcast do site Jovem Nerd. Além disso, lá no Twitter, o autor é presença frequente e responde e interage bastante com a galera.     

Te apresentamos então os livros:

A Batalha do Apocalipse

Há muitos e muitos anos, o paraíso celeste foi palco de um terrível levante. Um grupo de anjos guerreiros, amantes da justiça e da liberdade, desafiou a tirania dos poderosos arcanjos, levantando armas contra seus opressores. Expulsos, os renegados foram forçados ao exílio e condenados a vagar pelo mundo dos homens até o Dia do Juízo Final. Mas eis que chega o momento do Apocalipse, o tempo do ajuste de contas. Único sobrevivente do expurgo, Ablon, o líder dos renegados, é convidado por Lúcifer, o Arcanjo Negro, a se juntar às suas legiões na Batalha do Armagedon, o embate final entre o céu e o inferno, a guerra que decidirá não só o destino do mundo, mas o futuro da humanidade. Confira a resenha completa aqui!

 

Filhos do Éden, Herdeiros de Atlântida

Primeiro volume de uma saga que mistura História, romance e mitologia. Em meio a uma guerra no céu entre o arcanjo Miguel e os exércitos rebeldes do arcanjo Gabriel, dois anjos são enviados à Terra para encontrar Kaira, líder dos rebeldes há anos desaparecida. Vivendo no plano físico, a jovem luta para recuperar sua memória. Para encontrá-la os anjos vão contar ainda com ajuda de Denyel, um querubim exilado, que trabalhara como assassino das legiões inimigas, mas que hoje, solitário e desonrado, procura ser incorporado às fileiras rebeldes. Em paralelo, a história apresenta o personagem conhecido como Primeiro Anjo, o líder dos sentinelas – poderosos agentes designados por Deus para, num ado remoto, instruir e proteger as primeiras tribos humanas. Confira a resenha completa aqui!

 

Filhos do Éden, Anjos da Morte

Desde eras longínquas, os malakins, anjos estudiosos e sábios, observam em silêncio o progresso do homem. Mas eis que chega o século XX, e com ele as armas modernas, a poluição das indústrias, afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso mundo e as sete camadas do céu. Isolados no paraíso, incapazes agora de enxergar o planeta, esses anjos solicitaram a ajuda dos “exilados”, celestiais pacíficos, que havia anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de então, seria participar das guerras humanas, de todas as guerras, para anotar as façanhas militares, os movimentos de tropas, e depois relatá-los a seus superiores alados. Confira a resenha completa aqui.

 

 

Filhos do Éden, Paraíso Perdido

No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o controle do céu, e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a província da terra. Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer convenceu seu irmão Miguel a destruir cada homem e cada mulher no planeta. Os sentinelas se opam a eles, foram perseguidos e seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que, enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo. Confira a resenha aqui.

 

***

O LiteralMente, UAI entrevistou Eduardo Spohr sobre a literatura fantástica. Leia abaixo:

LiteralMente, UAI: Pode-se dizer que a literatura fantástica demorou um pouco a chegar, com peso maior, ao Brasil. A que você acredita que esse fator esteja associado?

Spohr: O Brasil sempre foi um lugar fantástico, com histórias fantásticas. O nosso folclore, creio, é a maior prova disso. É verdade, porém, que a fantasia na literatura era menos valorizada anteriormente. O crescimento da fantasia a partir dos anos 2000 é um processo, ao meu ver, mundial, com os livros do Harry Potter, os filmes do Senhor dos Anéis e outras peças que, antes voltadas ao público nerd, se tornaram pop. O grande astro dessa história, porém, é o leitor. Se os leitores não tivessem se reunido na internet, no Brasil e no mundo, mostrado sua força e interesse, essas obras não teriam ganhado tanta projeção. Nós, autores, devemos tudo aos nossos leitores.

LiteralMente, UAI: Recentemente, o portal “LiteralMente, UAI” fez uma reportagem sobre a influência de Harry Potter na maneira dos jovens verem a literatura. Muitos dos entrevistados alegaram ter se tornado leitores vorazes por causa dos livros de J.K. Rowling. Alguns citaram outras obras e autores. Mas, o que mais surpreendeu foi que as citações não fugiram da literatura fantástica. Você acredita na fantasia como o gênero “porta de entrada” para a paixão pela literatura?

Spohr: O que abre as portas da literatura para um jovem são leituras cativantes e agradáveis, livros de entretenimento, não importa o gênero, autor, tamanho de páginas ou estilo.   Existe, de fato, essa associação da fantasia com a infância e com a juventude, mas, na minha opinião, é uma visão totalmente equivocada. Deriva muito dos nossos preconceitos em achar que um adulto não pode – ou não deve – sonhar. A fantasia, ao meu ver, é indicada para todas as idades e pode encantar a todos – ela espelha o mundo, às vezes até melhor do que a própria realidade.

LiteralMente, UAI: Você vê as mídias sociais como ferramentas de apoio para escritores que sonham em ser publicados?

Spohr: Pode ser usada como ferramenta sim, mas não devemos depender delas. Muitos autores nacionais – a exemplo do André Vianco, Luis Eduardo Matta e Leonel Caldela – triunfaram sem o auxílio da web, porque suas histórias eram fabulosas. No final das contas, creio que é importante cada escritor encontrar seu caminho, seja pelos meios digitais ou não. O meu caminho foi através dos blogs e redes sociais, mas não é uma regra. Hoje existe uma ideia geral que a internet é a salvação de todos os problemas, enquanto não é verdade. O termo que você usou foi perfeito: “ferramenta de apoio”. É isso mesmo! Mas é importante notar que um livro ou qualquer obra jamais terá uma boa carreira se o conteúdo não for bacana. O conteúdo é o mais importante!

LiteralMente, UAI: Existia a preocupação de que o público de “A Batalha do Apocalipse” ficasse restrita ao público do portal Jovem Nerd ou você e a editora já acreditavam no sucesso do romance para outros públicos?

Spohr: De minha parte, nunca houve essa preocupação. Mas a editora tinha, de fato, esse receio. Ficamos felizes em ver que o livro saiu do nicho e atingiu um público mais amplo. Para a editora foi bom, comercialmente. Para mim também foi incrível, porque tudo o que um autor deseja é ser lido.

LiteralMente, UAI: Você gostaria de viver nas suas histórias?

Sphor: Não rsrsrs. Ficção é ficção e realidade é realidade. Convém não confundir rsrsrs.

LiteralMente, UAI: Por favor, indique um livro para os leitores do portal “LiteralMente, UAI”. (Que não seja um dos seus.)

Spohr: 1984, de George Orwell. O romance mais importante do século XX, ao meu ver.

LiteralMente, UAI: Como leitor, a fantasia é seu gênero preferido ou tem outros? Quais?

Spohr: Sinceramente, não tenho um gênero preferido. Adoro conhecer coisas novas e estilos diferentes. E também respeito o meu momento. Tenho fases em que estou no clima de ler ficção científica (por exemplo) e fases em que curto mais apreciar obras realistas. Varia muito.

LiteralMente, UAI: Comente sobre o atual mercado da literatura fantástica no Brasil.

Sphor: Está melhor do que nunca. O curioso é que a internet, em vez de afastar as pessoas dos livros, acabou por aproximá-las do hábito da leitura. Blogs literários, redes sociais especializadas (como o Skoob) e mesmo as comunidades sobre livros nas redes sociais comuns estão reunindo pessoas e divulgando obras. E eu espero que o interesse pela literatura cresça cada vez mais.

Ping pong

1) Ler é… Viajar.
2) Escrever é… Viajar, com você no comando.
3) Ser escritor hoje no Brasil significa… Receber o carinho dos leitores. É incrível. 
4) Qual livro marcou sua vida? Vários rsrsrs. Para não repetir o título acima, eu apontaria “Xógum, a Gloriosa Saga do Japão”, de James Clavell. 
5) Uma frase que te inspira… “A imaginação vale mais do que o conhecimento”, de Albert Einstein.

Eduardo Spohr é o autor do mês de janeiro. Se você gosta de literatura fantástica, acompanhe as resenhas com as obras escritas por ele. Se você não gosta do gênero, vai aí uma excelente oportunidade de conhecer esse autor e, quem sabe, virar fã. =) 

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