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[Resenha] Tarde Demais – Colleen Hoover

por Elis Rouse
9 minutos de leitura

Tarde Demais – Colleen Hoover

Se tem um livro que deu o que falar no ano ado foi Tarde Demais, da escritora americana, e uma das minhas preferidas, Colleen Hoover.

Publicado pela editora Galera Record, assim que começaram a sair as primeiras resenhas, uma polêmica tomou conta dos instagrans literários e fãs da autora. O motivo?! Além de tratar de um relacionamento abusivo, descrito com a riqueza de detalhes, que é a marca das histórias da Colleen, capaz de ativar gatilhos indesejados nos leitores, a história foge totalmente do que já foi escrito pela autora.

E aqui vem o primeiro erro. Nas primeiras páginas, a autora já deixa claro as excentricidades da obra. Primeiro foi escrito gratuitamente e gradualmente para uma plataforma digital durante certos “bloqueios criativos” da autora, entre uma obra e outra. Algo que, segundo ela, não pretendia que ninguém lesse. O livro foi disponibilizado gratuitamente na internet. Ela, inclusive, ite que Tarde Demais foge completamente daquilo que seus fãs estão acostumados. Por isso, quando houve a intenção de publicá-lo, para diferenciar e não confundir os seus leitores, e para manter esta obra em questão separada dos seus outros trabalhos, ela não assinou com o seu nome completo, mas usando apenas as suas iniciais. No Brasil, além de não ter uma versão gratuita, a versão impressa é caríssima e vem com o nome completo da autora. E, apesar do alerta de classificação indicativa para maiores de 18 anos na contracapa, nada mais se diferencia das obras dela. Inclusive com uma chamadinha para um de seus melhores livros, “O lado feio do amor”.

Para quem não conhece, Colleen Hoover é uma das autoras de maior sucesso na atualidade. Ela escreve romances new adult com histórias interessantes, temas atuais, personagens bem construídos, reviravoltas e finais arrebatadores. Veja aqui as resenhas de alguns dos seus livros: “O lado feio do amor” “Talvez um dia” “É assim que acaba

Booktrailer:

Em Tarde Demais, Colleen traz à tona o relacionamento entre o traficante Asa Jackson, a jovem Sloan e o recém-chegado à cidade Carter. A princípio, um triângulo amoroso como outro qualquer, não fosse a situação em que Sloan vive com Asa. É um relacionamento abusivo que choca pela riqueza dos detalhes, a ividade de Sloan e a frieza e naturalidade de Asa, brilhantemente descritos pela autora.  

Sloan: É uma moça bonita que sempre viveu em função dos irmãos mais novos, que portam uma doença rara. A mãe de Sloan é usuária de drogas e, por isso, ela abarca todas as responsabilidades da casa, sobrando pouco ou quase nada de espaço para viver. Sua situação financeira é precária. Quando ela conhece Asa na faculdade, seu irmão mais novo está sob os cuidados de uma clínica, realizando tratamentos longe da mãe. E assim está ótimo para ela.

Entretanto, Sloan não tem onde ficar, e os custos da clínica são altos, além disso ela não encontra trabalho. Asa é a sua única e aparentemente saída “mais fácil! O relacionamento com Asa é repugnante em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Além das agressões físicas e psicológicas, estupros constantes e humilhações, o modo de vida é péssimo. Sloan raramente dorme ou tem paz para estudar.  

Diferentemente das outras mocinhas de Colleen, a Sloan é apática. Talvez por estar dominada por Asa e ter medo dele. Mas em alguns momentos até achei ela meio preguiçosa em relação a situação. Ela odeia Asa, quer sair dos domínios dele, ao mesmo tempo em que flerta com Carter na faculdade e vai à academia. Em nenhum momento da trama ela se mostra de fato a fim de sair dali. Em vez de ir à academia, sair para procurar um emprego, por exemplo. 

“Sinto vontade de pegar minhas malas e juntar tudo que tenho. Quero ir embora e nunca mais voltar. Quero sair daqui. Quero sair daqui, quero sair daqui, quero sair daqui. Mas não posso. Isso não afetaria só a mim.” (pág.26)

Sloan é bem lúcida em relação a Asa, e tem a perfeita consciência de que o que vive com ele é tão errado quanto perverso. Mas tem em mente que faz isso pelo irmão, já que ambos não teriam para onde ir sem a ajuda financeira de Asa. Não gosto muito quando ela embarca na de que Asa teve problemas no ado, sobretudo os familiares para justificar suas ações.

“Asa não é desse jeito porque escolheu ser. Sinto que ele é assim porque nunca lhe mostraram como ser diferente. Por isso, ele sempre vai ter minha compaixão. Nunca meu coração, e provavelmente nunca o meu perdão.” (pág.189)

Carter: Aparece nos primeiros capítulos da trama. Seu diálogo inicial já deixa claro que ele é um policial que atuará disfarçado para prender Asa. Um amorzinho que, óbvio, não conseguirá segurar o disfarce ao se apaixonar pela namorada do maior traficante da região. É um personagem destemido, que acredita no amor e vai lutar por ele até o fim.

É vilão que você quer @? Conheça então Asa Jackson!

Asa é a parte mais instigante da história. E a Colleen carregou a mão na maldade. Com uma naturalidade excessivamente anormal, ela nos insere na mente do mal. Não sei descrever exatamente o que ele é, senão uma versão do próprio demônio, entre mil outras faces que se revelarão a todo momento.

Primeiro que Asa já carrega o estereótipo de vilão perfeito: é um traficante que comanda, dentro de uma universidade, o maior esquema de drogas que os EUA já viram. Suborna os professores para ter boas notas sem frequentar a faculdade. É um estuprador, abusador, violento, manipulador, mentiroso, além de usuário de drogas pesadas.

Por mais que a autora tente justificar suas ações apresentando vários capítulos onde ele relembra o ado com o pai esquizofrênico e também assassino, que dava conselhos a Asa quando criança como “se não é vantajoso para você, não deveria importar porra nenhuma”. Mesmo assim, Asa não me enganou. Todos os diversos clímax da história, e as mais variadas reviravoltas, vêm justamente da esperteza e inteligência de Asa. Ele tem problemas mentais sim! Mas sabe manipulá-los ao seu favor.

Com insanidade e inteligência misturadas, Asa nos proporciona umas visões bem loucas da vida, como quando ele compara as pessoas que estão ao seu redor com os tipos de drogas que conhece e os seus efeitos nas pessoas.

“Dalton seria pó. Sociável, amigável, faz você querer cheirar mais. Gosto de pó.” (pág. 122)

“Jon seria metanfetamina. Ele é presunçoso demais, fala demais, e às vezes é difícil demais. Difícil pra caralho”. (pág.122).

“O que Carter seria? Acho que não conheço Carter bem o bastante para definir qual droga ele me lembra. Mas por uns dois minutos na noite ada, quando pensei ter escutado Sloan dizer seu maldito nome, ele foi a filha da puta de uma overdose”. (pág.122)

Com Carter infiltrado na casa de Asa, e no coração do seu grande amor, é claro que teremos um romance com muito suspense, apreensão, e aquela imersão de cena que a Colleen sabe trabalhar com o leitor.

A história é narrada pelos três personagens, e por isso cada ponto de vista, consegue ser ainda mais interessante que o outro. A iminência da descoberta do disfarce de Carter e do seu envolvimento com Sloan, aliado as cenas de abuso, garantem uma leitura desafiadora.

O livro termina na página 255 e eu fiquei bem satisfeita com tudo. É uma leitura difícil, porém extremamente necessária. Mostra como é de fato estar naturalmente envolvido em um relacionamento abusivo independentemente da profissão. Aqui, o abusador é um traficante, mas poderia ser um médico, jornalista, carteiro, ator ou qualquer ser vivo, seja homem ou até mesmo mulher.

Após a página 255 é que começa a bagunça. Como a autora explica no início, ao terminar a história, os leitores que acompanharam online, pediram mais e ela foi escrevendo. Desnecessariamente. Porque volta em assuntos e tópicos já resolvidos. São mais 150 páginas com abusos, violência, tentativas de explicar algo que simplesmente não tinha necessidade.

Polêmicas à parte, Tarde Demais é uma leitura diferente, sombria, e sinceramente é preciso ter uma certa maturidade para ler. Ao mesmo tempo que é uma leitura útil, já que a vida de Sloan não é nada fácil. A fachada de uma vida normal que ela a as pessoas é bem construída e pode muito bem ser a realidade de alguém muito perto de nós. Por isso é preciso entender, conhecer os sinais para, quem sabe, ajudar.  

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