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Retorno ao Ventre

por Laiza Alves
2 minutos de leitura

Capa do livro Retorno ao Ventre - Mỹnh fi nugror to vẽsikã kãtĩ

Jr. Bellé resgata a história do Brasil e da sua própria família com a obra Retorno ao Ventre, uma narrativa poética sobre a resistência indígena

Assim como tantos brasileiros, o autor Jr. Bellé possui raízes indígenas. Porém, não são histórias com um bom começo, já que são permeadas por violências e apagamento dos povos originários. Através das memórias da sua tia Pedrolina, o autor conheceu histórias sobre sua bisavó, possivelmente uma indígena kaingang. Resgatando essas histórias e tantas outras, o autor escreveu Retorno ao Ventre – Mỹnh fi nugror to vẽsikã kãtĩ.

Na vida real, tia Pedrolina resolve compartilhar as histórias da família com o sobrinho por temer as consequências do Alzheimer. Já na obra, a personagem inspirada nessa grande fonte de memória familiar está no leito do hospital. A história faz um contraponto a imagem que temos do sul do Brasil e a forte presença europeia.

Jr. Bellé retrata em suas linhas o violento processo de ocupação das terras indígenas por colonos brancos. Um dos episódios narrados é a marcha para o oeste, uma expedição militar da República no sudeste do Paraná, que marcou a invasão de terras dos povos originários. Além de memórias, o autor realizou pesquisas no Museu dos Povos Indígenas do Rio de Janeiro e no Portal da Legislação Histórica do Governo Federal.

o termo sertão é aqui empregado
sempre no sentido
de vazio demográfico
por vazio demográfico entenda-se apagamento
pois é evidente que aquelas terras estavam cheias
de pinheiro de macaco de tatu de xetá de unha-de-gato
de taquara-mansa de fumeiro-brabo de ipê de kaiowá
de gralha-azul de chuchu de xokleng de cipó de aracá
de alecrim-do-mato de ariticum-preto de ingá de mỹnh
o vazio estava especialmente cheio de mỹnh
estava cheio de nós
(pg. 54)

Publicado pela Editora Elefante, o livro foi escrito em português e traduzido ao kaingang pelo professor André Caetano e conta com revisão final do professor Lorecir Koremág. As ilustrações são de ativista Moara Tupinambá e Eliane Potiguara,  primeira escritora indígena a publicar um livro no Brasil, assina a orelha da obra. Conheça mais detalhes dessa história clicando aqui.

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