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Sintonia: A nossa brasilidade estampada na nova série da Netflix

por Elis Rouse
10 minutos de leitura

Reprodução | Divulgação Netflix

Sintonia: A nossa brasilidade estampada na nova série da Netflix

O novo sucesso da Netflix tem nome: a brasileiríssima Sintonia, que estreou na plataforma em 9 de agosto, e virou assunto nos trends topics das redes sociais.

Para quem não é antenado ao POP brasileiro, a série já havia ganhado desde o anúncio da produção, por se tratar de uma criação de Konrad Dantas. Reconheceu? Ele é ninguém menos que um dos maiores representantes do funk atualmente, fundador do canal KondZilla, o maior do Youtube brasileiro. KondZilla é hoje o principal responsável por divulgar e revelar nomes do funk.

Na internet, sobretudo nos posts da Netflix sobre Sintonia em qualquer rede social, não é difícil ver pessoas torcendo o nariz para o tema e para a trilha sonora, que obviamente predomina funk, criticando veemente a Netflix.

Vale ressaltar que boa parte dos comentadores, sobretudo os que ameaçam cancelar suas s, sequer viram a série. São pessoas, em sua maioria, movidas pelo preconceito, com uma pitada forte do complexo de vira-lata. 

É interessante destacar que é uma série de drama muito bem produzida, que mostra gente como a gente, que come pão com mortadela, vai à igreja, tem que trabalhar para pagar as contas e veste as roupas que vemos diariamente nas vitrines das lojas, com nomes abrasileirados, e que sobretudo tem sonhos, anseios, muitas vezes impedidos por uma realidade dura que afeta milhões de brasileiros.

Obviamente, há aqueles que não gostam de se enxergar nas telas, e é um direito de cada um. Contudo, não deixe que uma trilha sonora te impeça de conhecer uma série bem construída, com um roteiro amarrado, e vários dramas que se não forem comuns a você, certamente serão bem familiares.

Veja o trailer: 

Por trás de um funk há uma história de vida!

Na periferia de São Paulo, três amigos tentam sobreviver diariamente e buscar seus sonhos, dentro de uma sociedade preconceituosa e repleta de rótulos. São os dramas da geração 2000, vivendo sempre na sombra do preconceito social, religioso, entre outros tantos.

Falando em atualidade, é inegável que os Mc’s e Youtubers são a inspiração para os adolescentes, por isso, como explicar aos pais que o seu maior sonho é ser um MC famoso? Quais alternativas para uma mulher solteira e sem família? E para um jovem cuja única ambição é se entrelaçar ao tráfico de drogas.

Essa é a vida de Donizete (MC Doni), Rita e Nando. Amigos desde a infância, que estão sempre em #Sintonia, embora os corre… Ops… Problemas sejam diferentes.

Reprodução | Divulgação Netflix

Doni: Filho de pais evangélicos, Doni concilia a escola e o trabalho na mercearia do pai com o sonho de se tornar um MC famoso, desses que grava clipe em mansão com muito champanhe e mulher bonita. Quem interpreta Doni é o ator João Pedro Carvalho (Menino da Porteira e Chiquititas).

A trama gira em torno principalmente dele, embora tenha achado os demais núcleos mais interessantes. Apesar do pai tentar fazer a linha dura, a mãe dá apoio a ele e o ajuda sempre que necessário.

As batidas do MC são legais e ele começa a fazer sucesso. A série vai mostrar um pouco dos bastidores do início de carreira de um MC, como conciliar com a vida pessoal, questões de plágio e a incerteza da fama.

Em paralelo à fama e vários shows na mesma noite, Doni terá que lidar com problemas pesados, tanto em sua família, quanto com seus melhores amigos.

Reprodução | Divulgação Netflix

Rita: Interpretada pela atriz Bruna Mascarenhas, foi a personagem que mais curti. Rita não tem pai nem mãe. Mora sozinha em um bloco de apartamentos na favela, e para sobreviver é camelô, vendendo utensílios na rua. Com isso, está sempre correndo do rapa e da polícia.  

De todos os três personagens, a vida de Rita é a mais sofrida. Ela tem apoio dos amigos, mas o que quer mesmo é viver em paz.

Presença constante nas periferias brasileiras, a igreja evangélica da melhor amiga da mãe de Rita será sua acolhida. Portanto, do baile funk à unção, temos uma história de transformação, uma alternativa (que também é alvo de preconceito) que muitos jovens têm para seguir em frente com suas vidas. A atriz se saiu muito bem nessa transição de menina de quebra para ungida.

A propósito da fé, ela estará presente de várias maneiras na série. Nando ora nos momentos de apertos como traficante; Doni canta hino evangélico em homenagem ao pai; e Rita, literalmente, fará parte de uma congregação.

Reprodução | Divulgação Netflix

Nando: Casado e pai de uma filhinha que quase não vê, Nando tem o sonho de subir na hierarquia do tráfico. E, claro, esse não é um sonho fácil de se realizar, portanto exige bem mais de Nando, que vive numa linha tênue, entre a polícia, os chefões do tráfico, as consequências do cargo que quer assumir.

A cada cena, vemos Nando se enrolar cada vez mais, criando pendências que certamente serão cobradas. São as cenas mais tensas da série, principalmente quando se relaciona com outros chefões.

Quem interpreta Nando é ator Christian Malheiros e não deixou nada a desejar.

Reprodução | Divulgação Netflix

Outros personagens:

Na favela, no baile funk, na Igreja, a série traz um elenco diversificado, com aquele DNA bem brasileiro. Desde o sotaque, aos trejeitos, gírias, palavrões e ditados populares, eles representam cada personagem típico da periferia, com um elenco pouco conhecido do grande público.

Eles deram o tom de veracidade a cada cena, sobretudo, o núcleo de chefes de tráfico.   

Canal Kondzilla

A série:

Em 6 episódios eletrizantes, sutilmente, a série adentra no dia a dia desses jovens, escancarando temas mais que pertinentes hoje, sem imposição ou militância. Tudo em Sintonia faz parte do contexto social do brasileiro, como cenas de racismo, violência, a luta diária do espaço feminino, influência religiosa e violência contra a mulher. E, diferentemente, de outras produções nacionais, Sintonia apresenta quase nada de sexo e muita realidade.

Quero destacar três cenas, entre várias que chamaram minha atenção:

Violência doméstica: Uma senhora evangélica é agredida pelo marido alcoólatra. A justificativa da senhora seria ação do demônio. Rita debate “Espírito maligno é desculpa pra quem não tem coragem de assumir o que faz”.

Racismo: Doni e Nando estão entrando na favela. No carro há uma arma que incriminaria os dois. Doni (branco) pega a arma e a a pé pela blitz fingindo ajudar uma senhora. Em contrapartida, mesmo sem nada que o incriminasse, Nando (preto) é preso pela polícia.

Reverência: Se o funk é o pano de fundo da série, nada melhor que colocar alguns ícones atuais dentro da série. Na cena em que o MC Doni adentra o estúdio da MC Dondoka, nada mais nada menos que três nomes da nova geração do funk estão lá marcando presença: DJ RD, MC Kekel e Dani Russo. 

É uma série jovem, com identificações e muita gíria jovem, regada ao som da batida insistente do funk e não poderia ser diferente. Isso pode incomodar quem não gosta do ritmo, para quem gosta já tem até playlist. Se joga!

Reprodução | Divulgação Netflix

A dica é: Antes de tirar conclusões e destilar o ódio a um produto genuinamente brasileiro, assista! De preferência com uma mente aberta para assim tirar suas próprias conclusões. 

Embora o nome de destaque e da trilha sonora seja a produção Kondzilla, a série é uma parceria com a produtora Los Bragas, da atriz brasileira Alice Braga.

A primeira temporada não encerra a saga dos três amigos, pelo contrário, ficaram muitos bons incertos, e que o público merece saber o desfecho. 

E aí? Já viu Sintonia? 

A Coluna Território Livre é dedicada a análise de filmes e séries e outros entretenimentos. 

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