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Resenha – Trilogia os Príncipes | Elizabeth Hoyt

por Elis Rouse
11 minutos de leitura

Trilogia os Príncipes | Elizabeth Hoyt

A Trilogia os Príncipes da consagrada escritora Elizabeth Hoyt é uma das séries mais aclamadas dentro da literatura erótica.

Elizabeth Hoyt é uma veterana na literatura de romances históricos com mais de 20 livros publicados e indicações para importantes prêmios literários.

A autora faz parte do seleto grupo de romancistas que expandiram mundo afora levando suas histórias de amor, entrelaçando fatos históricos com a liberdade feminina restrita apenas àquelas poderosas que quebraram padrões machistas, nos permitindo, hoje, por exemplo, um casamento por amor, sem a fortuna do pagamento de um dote, ou ainda nos privando do terror de aos 20 e poucos anos sermos consideradas impróprias para casar por conta da idade.

Essas mulheres, que hoje são veneradas nos romances históricos, fazem parte do imaginário feminino, inspiram e garantem a fama de autoras como Julia Quinn, Madeleine Hunter, Lisa Kleyplas e as autoras Sarah Maclean e Suzanne Enoch, que foram diretamente das bancas de revistas para as grandes livrarias e listas do New York Times.

Os romances da Trilogia Os Príncipes não fogem a fórmula mágica do casal improvável, com pegada sexy, que exaltam o famigerado desejo palpável e terminam num final feliz, mas não sem antes violar algumas regrinhas de etiqueta da sociedade e chocá-la das piores (melhores) maneiras possíveis.

O diferencial da série de Hoyt é que, além de acompanhar o romance picante dos casais Anna e Conde Swartingham, Lady Georgina Maitland e Harry Pye, Lucy Craddock-Hayes e visconde Simon Iddesleigh, o leitor tem o brinde de apreciar as fábulas: O Príncipe Corvo, O Príncipe Leopardo e O Príncipe Serpente que dão nome às obras. As fábulas mágicas adentram a história e se entrelaçam aos personagens.

O Príncipe Corvo

O livro que abre a trilogia conta a história da viúva e endividada Anna Wren e o poderoso Edward de Raaf, o Conde de Swartingham, descrito como um homem feio por carregar marcas de varíola. A doença devastou sua família e deixou marcas em seu rosto e também na sua autoestima. Volta e meia ele se ressente pela repulsa das damas à sua aparência.

Edward é conhecido como irritante, arrogante e grosso, algo bem pertinente ao título. Isso faz com que apenas um seleto grupo de funcionários o aguentem. Com isso, a vaga de secretário é mais uma vez aberta e o espalhafatoso Sr. Hopple têm a missão de encontrar outro candidato.

Numa artimanha do destino e também da lady em questão, o Sr. Hopple surpreende e choca ao contratar uma mulher para o cargo, a viúva Anna. Ele fica satisfeito quando percebe que Anna não apenas faz um trabalho espetacular, como consegue lidar com o temperamento do Conde. É hilária a cena em que ele descobre que uma mulher tem feito o serviço de um homem.

O Conde que lute!

Essa é a história de um amor construído, que a cada capítulo rompe uma barreira, embora o desejo do Conde pela Anna seja imediato e desencadeado apenas pelo sorriso dela. Alguma novidade?

“Jesus! Ele tinha mais de 30 anos e não era um garotinho para ficar pensando no sorriso de uma mulher. A situação seria ridícula se seu pênis não doesse tanto.” (pág.65).

A interação entre Anna e Edward é ótima e a escolha do nome do cachorro dele vai arrancar muitas risadas. Esse também é o elo de construção da amizade entre eles, a confiança, a interação e a liberdade para serem eles mesmos, sem a exigência de uma aparência perfeita, um título ou condição social.

É evidente que os dois se desejam, e Anna fica frustrada quando descobre que o Conde frequenta um famoso bordel. Com a ajuda de uma amiga improvável (e escandalosa), ela se disfarça de prostituta para ficar com o Conde. Essas pequenas aventuras, óbvio, vão mudar o rumo dessa amizade. Até que chega a vez do Conde se frustrar ao saber que, aparentemente, Anna não pode ter filho e ele precisará de um herdeiro.

Paralelo a toda a história de amor, é interessante acompanhar e observar a vida de Anna enquanto mulher. O ado e o presente dela nada mais são do que um compilado bem escrito e um detalhado contexto da situação da mulher em 1760 na Inglaterra, um país desenvolvido, ao mesmo tempo que tradicional ao extremo. 

Eu refleti sobre como seria para nós, sul-americanas, em especial para as brasileiras, a vivência nessa mesma época.

Quando casada, Anna não conseguiu engravidar e, com isso, abriu-se o direito ao marido de conseguir uma segunda esposa que lhe dê a “bênção” de um herdeiro. Depois da morte do marido, cada o é meticulosamente vigiado e não é pela sua segurança, mas para zelar pelo nome e memória do esposo (mesmo que esse seja um crápula). As finanças da família vão mal e só resta a Anna procurar um ganha pão. O problema é que mulheres trabalhando ainda não é algo comum, sobretudo na função que lhe é oferecida. Além disso, ficar sozinha com um homem, mesmo que trabalhando, põe em risco a reputação da mulher e choca a comunidade local.

A leitura dos romances de época, além de entreter, dá luz a questões importantes da sociedade da época. O Príncipe Corvo é um livro sobre escândalos, quebra de preconceitos e redenção.  

O Príncipe Leopardo 

Um romance histórico completamente diferente do que estamos acostumados. A história mescla suspense, violência e mortes. A situação do casal se inverte do tradicional, inclusive nos romances modernos: a mulher é rica e poderosa e o homem é um simples . O pano de fundo da história é uma vingança, e por isso, o amor e o sexo dão lugar a tensão da investigação.

A aristocrata e o plebeu

Lady Georgina Maitland é uma solteirona convicta aos 28 anos. É sagaz, esperta e inteligente, apaixonada por contos de fadas, e também pela vida londrina dos bailes e sedas. Não quer casar e está satisfeita com sua vida. Ela adora os bailes e tudo o que a sociedade londrina pode oferecer. George, como é carinhosamente chamada, recebeu a herança de uma tia e é dona de uma grande propriedade em Yorkshire. 

Uma verdadeira aristocrata

Já Harry, é um plebeu, ciente de sua posição na sociedade. Trabalha para Georgina como da Mansão Woldsly, e se encanta com o jeito simples e diferente – das demais damas de Londres – da patroa. O ado de Harry é a chave para desvendar uma série de crimes que vem ocorrendo na região. Ele, inclusive, é o principal suspeito.

É uma história diferente, com muito suspense e, em vários momentos, a busca pelo matador de ovelhas e também de pessoas se sobrepõe ao romance.

Lady Georgina, apesar de muito à frente do seu tempo, me decepcionou porque, ao longo da história, perdeu a sagacidade ao se envolver com Harry e fugir nos momentos mais decisivos. Com isso, até a química entre o casal esfriou. Aquela indecisão de assumir o amor e viver o “felizes para sempre” dá espaço para questionamentos morais e sociais, que só adia o final que todos já sabemos que terá.

Outros fatores fizeram com que o romance esfriasse: os chiliques de Lady Violet, irmã mais nova de Georgina; as descobertas das maldades do vilão da trama, Silas Granville; as aparições dos filhos do vilão, que desviam o leitor do foco da história e não acrescentam em nada.

É o livro mais movimentado, porém o que menos me impressionou.

 

O Príncipe Serpente

Para fechar a trilogia, o Príncipe Serpente apresenta o excêntrico Visconde Simon Iddesleigh, que aparece nos demais livros como amigo dos personagens masculinos. Simon é misteriosamente agredido na porta de sua casa e deixado nu para morrer as margens de uma estrada a quilômetros de Londres. Não fosse a bondade da doce e meiga Lucy Craddock-Hayes, que se compadece do desafortunado e dá abrigo em sua casa.

Os questionamentos do pai, o Capitão Craddock-Hayes, do mordomo e da governanta da família são sobre a origem do moço e o motivo de ele estar ferido. A propósito, o uso da exclamação “Rá” a todo momento pelo pai torna-se chato já no segundo diálogo.

“_ Que tipo de pai eu seria se permitisse um cigano ou um vagabundo no meu lar com uma jovem solteira em casa, hein? Um pai horroroso, isso sim.” (pág.19).

Mas Lucy é firme em sua decisão. A ilustradora, além de dar abrigo, ainda cuida pessoalmente do moço, e começa a interagir com ele quando acorda. O perfil do moço é típico de um libertino, as tiradas, o enfrentamento com o pai de Lucy e as cantadas sutis na moça. Essa interação mexe com a tranquilidade interiorana dela, que percorre a aldeia ajudando os necessitados e vive à espera da decisão do vigário Eustace Penweeble sobre um suposto pedido de casamento.

Contudo, Lucy quer mais e começa a sonhar com um futuro com o enigmático visconde. Mas, para ele, a possibilidade de casamento é nula. Simon está focado em vingar a morte do irmão Ethan e, para isso, desafia e duela com cada um dos responsáveis. Ele vê Lucy como um anjo e arrastá-la para o seu inferno só aumentaria sua perdição.

Apesar do dilema, eles se casam, ainda nas primeiras páginas, apesar da pouca química e quase zero de amor.  Ao adentrar no mundo de Simon, Lucy percebe que a teia da vingança envolveu seu marido de tal forma que ele precisa de salvação. E manter esse casamento está além do que ela pode ar.

Se o livro anterior foi o que menos surpreendeu, esse foi o que menos cativou. Essa fórmula do aristocrata desacordado ou quase morto que encontra um “anjo” para salvar sua vida, não encantou. Não houve química, apesar da intenção de salvação e da luta da protagonista para manter seus princípios e salvar o marido ser louvável. 

O livro traz alguns diálogos e analogias sem sentido, com aquelas frases de efeito clichês, como: “Lucy soltou o ar que ela não havia se dado conta de que estava prendendo” (pág.54); e “Ele estava tão bonito que ela quase perdeu o fôlego” (pág.216). Assim como comparações e erros de digitação, deixaram muito a desejar. 

A leitura se arrastou. Até a história secundária do Príncipe Serpente ficou confusa e sem sentido. 

Vale a leitura para entretenimento, e as capas são lindas, mas, infelizmente, os livros prometem mais do de fato cumprem.

A Série os Príncipes é uma publicação da Editora Record. Clique aqui.

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