Um amor chamado Simon Spier
Na literatura, “Simon vs. a Agenda Homo Sapiens”. No cinema, “Com Amor, Simon”. Nos dois, uma história delícia, cheia de referências – Harry Potter e Game of Thrones são exemplos – e momentos de diversão e drama. No dia 22 de março, o filme, adaptado da obra da autora Becky Albertalli, chega às telonas e promete surpreender com cenas que muito me lembraram as comédias românticas dos anos 90. Sim! Sou dessas que ama os filmes do final do século ado.
Contextualizando…
Sinopse: “Simon tem dezesseis anos e é gay, mas ninguém sabe. Sair ou não do armário é um drama que ele prefere deixar para depois. Acontece que no meio do caminho tem um Martin. O bobão da escola descobre uma troca de e-mails entre Simon e um garoto misterioso que se identifica como Blue e que a cada dia faz o coração de Simon bater mais forte. De posse de algo tão íntimo sobre a vida de Simon, é claro que Martin vai tentar chantageá-lo. Se Simon não ceder, seu segredo cairá na boca de todos. E pior: sua relação com Blue poderá chegar ao fim, antes mesmo de começar. Agora, o adolescente avesso a mudanças precisará encontrar uma forma de sair de sua zona de conforto e dar uma chance à felicidade ao lado do menino mais confuso e encantador que ele já conheceu”.
Trailer:
Ao longo da história, somos apresentados a Simon, nosso protagonista, vivido nos cinemas pelo ator Nick Robinson, seus amigos Nick (Keiynan Lonsdale), Leah (Katherine Langford, a Hannah Baker da série “Os Treze Porquês) e Abby (Alexandra Shipp), e também sua família. No elenco, temos ainda a atriz Jennifer Garner como Emily Spier. Um ponto interessante do filme é que as relações de Simon com os amigos e familiares são apresentadas de uma maneira mais clara e enfatizada, mas perdemos uma personagem fofa. Alice, a irmã mais velha do protagonista, não está no filme. Mas, ok!
Tanto no livro quando na adaptação, a saga de Simon para tentar descobrir quem é Blue é muito engraçada e empolgante e, mesmo com algumas mudanças, as peças se encaixam como um quebra cabeças. As desilusões, decepções e descobertas do protagonista são bem interessantes, mas no filme, são mais os momentos de conflitos, principalmente com Martin, o garoto que insiste em tirar Simon do armário por meio de chantagem. Ah!!! O que Martin quer? A ajuda de Simon para conquistar Abby. Cá entre nós: motivo pra lá de fútil!
De maneira geral, me vejo confusa em dizer se existe melhor – livro ou filme. Cada um tem sua particularidade. Confesso que me diverti mais vendo o filme, que tem vários momentos cômicos e, preciso destacar, aproveita os recursos do audiovisual para uma cena maravilhosa de dança coletiva a lá “Vivendo a Vida Adoidada” e “500 Dias Com Ela”. Amei!
Ah… Amei também o vice-diretor da escola, personagem divertidíssimo do filme, que me arrancou boas gargalhadas. Boa aposta!
As duas experiências – literatura e cinema – valem demais. O livro é leve, com uma narrativa delícia de ler. O filme é divertido, daqueles que vale uma pipoca e a companhia da família numa tarde de chuva. Nas páginas e nas telonas, temos o prazer de absorver diálogos fofos – sou fã demais de bons diálogos -, viver os dramas de Simon e viajar nas ideias loucas do personagem. De maneira leve, Becky consegue discutir um tema de extrema importância, os conflitos internos e externos de um jovem gay.
Ah… quero finalizar com dois pontos que me marcaram na leitura. Simon era apaixonado pelo Daniel Radcliffe, ator que interpreta Harry Potter, na infância e tinha posteres no quarto. Eu também tinha e, quando criança, achava que eu e o Dan seriamos um casal. Bárbara, a iludida (risos). Também me identifiquei com a playlist da depressão do Simon. Tem “The Smiths”, minha banda favorita na vida! Ah… E, minha playlist do sofrimento é composta basicamente pela banda do Morrissey.
Enfim… a adaptação ficou muito boa. Algumas mudanças radicais aconteceram, mas nada que mudasse o rumo da história. Ah, e o Simon é um personagem muito interessante, tanto no livro quanto no filme. Que protagonista!
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